quinta-feira, 14 de maio de 2009

Inclusão social ou coesão social? Qual é o papel do bibliotecário?


Em muitos aspectos, quando nos referimos ao fato de que é necessário incluir as pessoas, na verdade, o que se quer proporcionar é a coesão social, no sentido de pertencer. De fato, inclusão implica em exclusão, determinando uma visão dicotômica da realidade. Esta visão, aos poucos, tem sido sobrepujada e substituída pelo pensamento complexo.

A idéia de que há um modo certo de viver há muito foi ultrapassada. Esta visão está sendo substituída pelo entendimento de que há muitos modos e estilos de vida, valores, crenças e culturas, que devem ser respeitados e valorizados. Não se trata mais de pensar em ricos e pobres, tampouco se deve entender qualidade de vida a partir de parâmetros capitalistas ou de um estilo de vida ocidental e dominante, cunhado por países centrais.

Recolocar as pessoas no centro dos processos de desenvolvimento das nações deve ser o real objetivo dos movimentos sociais. São numerosos os fracassos de políticas sociais não imanentes dos próprios atores envolvidos, uma vez que é inevitável a colisão entre os modelos de vida impostos e a lógica interna dos grupos.

Ao longo da história, muitos autores da psicologia e da sociologia estudaram o conceito de coesão social mas ainda persistem distintas definições. Multifacetada e muldimensional, a coesão social se manifesta basicamente a partir da ligação recíproca entre indivíduo (atitudes e comportamento) e grupo, rede de conhecidos (forças e trajetórias).

Ela se realiza a partir da integração entre diferentes pessoas, no que se costuma definir como rede social. Para tanto, não é o sucesso ou a intimidade que atrai para o grupo. Antes de tudo, são as influências positivas e negativas que conduzem à coesão, forças de atração e rejeição, abertura ou fechamento cultural.

Hoje, o caráter pluralista da ação social sobrepuja as boas intenções daqueles que acreditam saber o que é certo e adequado às pessoas. A abertura ao diálogo é fundamental.

Indispensável continua sendo o combate às desigualdades e barreiras que impedem as pessoas de se desenvolverem plenamente. Nesse sentido, a promoção da sustentabilidade social, ambiental e econômica é essencial.

O profissional da informação que atua como educador e agente de transformação social deve estar atento a estes aspectos. O empoderamento (empowerment) das pessoas deve ser seu objetivo final. Como mediador informacional e educacional, o bibliotecário faz a diferença para a sociedade, contribuindo para o pleno desenvolvimento e felicidade das pessoas.