O movimento de acesso aberto na comunicação acadêmica coloca novas questões e preocupações para a educação, especificamente no sentido de priorizar a competência em informação. Para os educadores, o acesso aberto afeta a disponibilidade de novas informações e dos materiais didáticos. Para os alunos, materiais de Acesso Aberto continuam disponíveis mesmo após a graduação, independente da sua filiação.

Exemplo disso é o documento publicado Statement on Open access for open society, estruturado durante a IFLA pre-conference Satellite Meeting “Open Access to Science Information: Trends,Models and Strategies for Libraries” (Crete, Greece at 6-8 August 2010).
Há a necessidade de repensar / revisar o seguinte:
. O acesso aberto gradualmente pode influenciar o funciomento do sistema de educação formal como um todo?
. O acesso aberto é uma "ameaça"?
. A disseminação do conhecimento muda as regras de aprendizagem?
. O quanto este movimento torna mais central o papel das bibliotecas?
. Como poderiam ser equilibrados e atendidos os interesses dos diferentes interessados, nomeadamente autores, editores, bibliotecas, entre outros atores?
. Quem são os nossos leitores / usuários ? Será que realmente sabemos?
Conseqüente a este contexto, a pré-conferência da IFLA pede para:
1. Incluir estas justificativas como fatores que influenciam a biblioteconomia hoje e no futuro.
2. Incluir as regras de copyright em todo e qualquer Web site,
por motivos informativos e comparativos, e
3. Influênciar as partes interessadas e os tomadores de decisão contra as regras de copyright estrito, a favor do manifesto de domínio público.
Paralelamente, governos, empresas e instituições de pesquisa têm buscado o alinhamento entre acesso aberto e competência em informação.

Os estudos e afirmações de Dana Boyd reforçam a conexão entre acesso aberto, competência em informação e tecnologia de informação e comunicação.
Se a informação é poder, a capacidade de interpretar a informação é ainda mais poderosa, uma vez que os fatos, ao contrário do que se afirma, não falam por si. Hoje, sabemos, lidamos com versões dos fatos.
Deste ponto de vista, além do acesso aberto à informação que, em si é um direito básico do cidadão e um dever do Estado, é preciso implementar ações de capacitação no sentido de tornar as pessoas conscientes da importância da informação, dos meandros que definem as informações veiculadas nos meios de comunicação e as fontes de informação disponíveis.
A capacidade de compreender e avaliar a informação, e interpretar o desdobramento de afirmações e relatos de fatos, dados e eventos veiculados em diferentes canais de comunicação (incluindo as mídias digitais), é condição essencial de cidadania. Disso dependem também as ações de inclusão social.
Hoje, o indivíduo que se encontra excluído do ambiente informacional (por escolha ou por falta de acesso) é, por consequencia, um excluído social.
O Relatório "Informing Communities: Sustaining Democracy in the Digital Age", um projeto do Aspen Institute Communications and Society Program e da John S. and James L. Knight Foundation, recomenda:
1. A maximização da disponibilização de informações que sejam relevantes e que tenham credibilidade.
2. Aumento da capacitação em informação por parte da população
3. Engajamento público com a informação
Em meio a este novo contexto, como produto e produtores desta realidade, bibliotecas, bibliotecários e docentes devem buscar meios de articulação política para a discussão e efetividade de ações, criando, paralelamente, ações de conscientização e aprofundamento do conhecimento sobre acesso aberto e seus desdobramentos nas diferentes comunidades, nações e culturas.